Até o final da próxima semana, o senador João Pedro (PT-AM) -relator da representação do PSOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, para que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar investigue se Renan teria favorecido politicamente a cervejaria Schincariol, conforme denunciou a revista Veja - deverá estar com sua opinião formada sobre a matéria. Em entrevista à Agência Senado nesta sexta-feira (24), João Pedro (PT-AM) afirmou que aguarda somente resposta ao expediente que enviou a Renan Calheiros no início desta semana, pedindo explicações sobre as denúncias, para, então, reunir-se com o presidente do conselho, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), e "formar um juízo" sobre o caso. - Defendo a celeridade e rapidez na condução do processo. Já estou com a representação do PSOL. Faltam agora apenas os esclarecimentos do Renan para decidir as providências a serem tomadas - afirmou o senador pelo Amazonas. Na representação, o PSOL solicita ao Conselho de Ética que apure as denúncias de que Renan teria utilizado prestígio político para interceder a favor da Schincariol junto ao Instituto Nacional do Seguro Social ( INSS) e à Receita Federal depois de a cervejaria ter pagado R$ 27 milhões por uma fábrica de refrigerantes de seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). Na matéria, Veja afirma que a fábrica estava prestes a fechar e não valia mais do que R$ 10 milhões. João Pedro destacou que está atento ao Código de Ética e Decoro Parlamentar (RES 20/93), que prevê o prazo de cinco sessões ordinárias da Casa para que Renan, se quiser, responda a seu requerimento, oferecendo defesa escrita e provas que julgar necessárias. - O Renan recebeu meu requerimento na terça e até hoje (sexta, 24) já se passaram duas sessões - explicou o relator. Questionado sobre a possibilidade de arquivar o processo, já que vários senadores tanto da base do governo como da oposição defendem que as investigações devem ser feitas, inicialmente, pela Câmara dos Deputados, pois o fato envolve o irmão de Renan Calheiros, João Pedro afirmou que ainda é cedo para fazer qualquer afirmação em relação a esse assunto. - Tenho que tomar cuidado para não me antecipar sem ter formado juízo completo sobre o caso. Se não posso, neste momento, absolver o Renan, também não posso condená-lo. É preciso cuidado para não cometer injustiças. Por isso, prefiro não antecipar esse tipo de comentário - afirmou João Pedro.