O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar tem reunião agendada para esta quinta-feira (30), ainda sem hora marcada. Na pauta do encontro, segundo o presidente do colegiado, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a apresentação do relatório do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, aberto para apurar denúncias de que teria tido parte de suas despesas particulares pagas por um funcionário da construtora Mendes Júnior. Na mesma reunião, se possível, os senadores devem votar o relatório, conforma adiantou o presidente do conselho. - Se puder votar, vamos votar logo - afirmou Quintanilha à Agência Senado nesta segunda-feira (27). O relatório que será analisado pelo conselho está sendo elaborado pelos senadores Almeida Lima (PMDB-SE), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES). Quintanilha lembrou ainda que os três relatores prometeram fazer um esforço concentrado no final de semana a fim de apresentarem esboços do documento em reunião que terão nesta terça-feira (28), às 15h, com o presidente do colegiado. Cada relator, de acordo ainda com Quintanilha, deverá elaborar esse parecer com base na convicção que formou ao longo de toda a investigação. - A idéia é ter um único parecer, mas não está descartada a hipótese de haver dois ou até três documentos - explicou Quintanilha. Se houver mais de um relatório, o presidente do conselho, conforme tem afirmado, disse que colocará todos os documentos em votação. Schincariol Até a próxima sexta-feira (31), o senador João Pedro (PT-AM), relator de processo contra Renan, também no Conselho de Ética, relativo a suposto favorecimento político à cervejaria Schincariol, deverá anunciar a Quintanilha os rumos que dará ao caso. Em entrevista à Agência Senado na última sexta-feira (24), João Pedro afirmou que aguarda somente resposta ao expediente que enviou a Renan Calheiros, pedindo explicações sobre a denúncia, para decidir as providências a serem tomadas. O PSOL, autor da representação que deu origem ao processo, solicita ao Conselho de Ética que apure as denúncias de que Renan teria utilizado prestígio político para interceder a favor da Schincariol junto ao Instituto Nacional de Seguro Social ( INSS) e à Receita Federal depois de a cervejaria ter comprado, por R$ 27 milhões, uma fábrica de refrigerantes de seu irmão, o deputado Olavo Calheiros, que, segundo a revista Veja, estava falida. Renan Calheiros responde ainda a um terceiro processo no Conselho de Ética, para apurar denúncias de que teria comprado, em parceria com o usineiro João Lyra, mas por meio de "laranjas", duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas. Em entrevista à imprensa na última sexta (24), Quintanilha afirmou que não está com pressa para designar o relator para esse caso, pois sua prioridade, no momento, é concluir o processo sobre a primeira representação. - Todos os membros do conselho estão bastante atarefados com os trabalhos legislativos e não descarto a hipótese de convidar o mesmo trio de relatores da primeira representação para trabalhar neste caso - anunciou o presidente do colegiado. Quintanilha lembrou que dois dos senadores - Marisa Serrano e Casagrande - haviam recusado a relatoria da representação que envolve a Schincariol por já estarem bastante atarefados com a primeira representação. Portanto, ao concluir esse processo, estariam liberados para iniciar novas investigações.