A palestra “Conscientização sobre o Autismo” reuniu, na tarde do sábado (19), no plenário da Câmara Municipal de São Pedro (CMSP), mães e pessoas interessadas em conhecer mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento teve como objetivo promover a troca de informações atualizadas, além de tirar dúvidas sobre o tema.
A palestra foi ministrada por um grupo multidisciplinar formado pela educadora especial e mãe de autista Thais Lopes, pela terapeuta educacional Ana Cristina de Motta e pelo psicólogo Rafael Magalhães. A iniciativa também arrecadou vários alimentos não perecíveis, que serão doados para a APAE do município são-pedrense.
Para a terapeuta ocupacional Ana Cristina de Motta, promover a discussão é de extrema importância, uma vez que existe a necessidade de explorar mais o assunto. Ela ressalta que há uma crescente na proporção de casos do espectro, que atualmente está em 1 autista a cada 40 crianças.
“As pessoas ficam muito assustadas porque ainda não conhecem. É uma patologia que realmente exige cuidados, dedicação, mas é como outra. Existem casos mais severos, em que a autonomia dos pacientes é mais difícil, mas a grande maioria deles consegue ter uma boa evolução. Então, a discussão é extremamente bem-vinda”, diz a terapeuta.
O público da palestra foi composto quase que inteiramente por mulheres, uma realidade comum, conforme a Ana Cristina. “Acredito que seja uma questão cultural. A mulher acaba assumindo esses cuidados mais diretos com os filhos. Existem ótimos pais, mas a disponibilidade deles é melhor e, além disso, existe uma dificuldade maior na aceitação”, acrescentou.
Política de proteção
Na segunda-feira (14), durante a 17ª Sessão Ordinária deste ano, a Câmara aprovou em 1ª votação por unanimidade o Projeto de Lei nº 85/2019, que estabelece a Política Municipal dos Direitos da Pessoa com Transtorno Autista (TEA). O texto é de autoria do vereador Robinho Pedrosa (PSL).
O PL prevê a garantia da atenção integral às necessidades de saúde do autista, com foco no diagnóstico precoce, no atendimento multidisciplinar; o estímulo à inserção da pessoa com TEA no mercado de trabalho; o incentivo à formação e capacitação de professores e pais; bem como o estímulo à pesquisa científica.
Além disso, o projeto também cria a Carteira Municipal de Identificação do Autista (CMIA), que deve ser emitida por intermédio do Poder Executivo, constando uma numeração, de modo a possibilitar a contagem dos portadores do TEA na cidade.